A Flor do Gravatá

VOCÊ foi...

Saiu, voou sem destino

Feito pássaro quando se liberta do ninho

Sem olhar pra trás

Voando mais... E mais...

EU fiquei...

Parei, sentei... Sem destino

Fiquei feito terra seca do semi-árido nordestino

Olhando pra trás, segurando entre os dedos de minha mão

Todos os sonhos sonhados

Cada momento frustrado

Filhos amados

Vida criada com cada pedaço plantado

Onde você nem esperou colher

É fácil voar... Buscar o novo

O compasso

Um novo ninho no mato

Difícil é ficar... Se levantar

Caminhar descalço entre o pasto

É fato marcado

Assinado

Vivido e verificado

Que o amor é puro... Calmo

E que a dor da partida de um pássaro

É sentida, doída...

Outras primaveras virão

Outras gotas transformarão esse solo seco

Em um novo coração

E tudo será apenas um simples voou

Que eu vi você dar

Sobre a minha plantação

De flores de Gravatá

Diego Galdani
Enviado por Diego Galdani em 19/08/2010
Reeditado em 19/08/2010
Código do texto: T2447882