A Flor do Gravatá
VOCÊ foi...
Saiu, voou sem destino
Feito pássaro quando se liberta do ninho
Sem olhar pra trás
Voando mais... E mais...
EU fiquei...
Parei, sentei... Sem destino
Fiquei feito terra seca do semi-árido nordestino
Olhando pra trás, segurando entre os dedos de minha mão
Todos os sonhos sonhados
Cada momento frustrado
Filhos amados
Vida criada com cada pedaço plantado
Onde você nem esperou colher
É fácil voar... Buscar o novo
O compasso
Um novo ninho no mato
Difícil é ficar... Se levantar
Caminhar descalço entre o pasto
É fato marcado
Assinado
Vivido e verificado
Que o amor é puro... Calmo
E que a dor da partida de um pássaro
É sentida, doída...
Outras primaveras virão
Outras gotas transformarão esse solo seco
Em um novo coração
E tudo será apenas um simples voou
Que eu vi você dar
Sobre a minha plantação
De flores de Gravatá