LOUCA

Que Loucura dizer que sei viver,

Porque não sei mentir pra te satisfazer.

Não sei amar e depois esquecer,

Não sei “plantar” e depois não “colher”,

Não sei “matar” e depois “reviver”,

Não sei agradar e depois ofender.

Acho que não sei mesmo viver...

Creio que no fundo já morri,

E nem ao menos existi.

Do mundo me abstrai,

Se vivi, nem percebi.

O tempo passou nulo e eu consenti.

De gente sem coração eu me escondi,

Mas antes, muito chorei, sofri, denegri,

Acho que desisti.

Deste mundo tão vagabundo,

Onde nos tornamos marionetes moribundos,

Projetos massificados de um submundo,

Não quero viver, não posso estar neste lugar,

Onde amizades não são de verdade,

Onde sorrisos são apenas falsidades,

Onde lábios só dizem maldades,

Onde não há cumplicidade,

Corações tomados pela crueldade,

Pela individualidade e egocentricidade,

Onde as personalidades estão em dualidades.

Acho que sou louca...

Louca por só dizer a verdade,

Louca por rir e chorar,

Louca por achar que posso simplesmente abraçar,

Louca por acreditar no vício do acarinhar, do aconchegar,

Louca por acreditar que conselhos são bons, receber e dar,

Louca por ser intensa e vibrar,

Louca por querer sempre ajudar,

Louca por querer vôo alçar,

Louca por deixar o fogo do amor me abrasar,

Louca por sempre perdoar,

Louca por tentar saborear cada momento a passar,

Louca por me rebelar com tanto injustiçar,

Louca por ousar verdadeiramente amar,

Louca por sonhar e poetizar,

Louca pelo viver romantizar e querer te contagiar...

Talvez eu viva num mundo paralelo,

Onde dele faço o que quero,

Onde meu coração é sempre sincero,

Onde amigos são um refrigério,

Onde mesmo sendo difícil verdadeiramente amar e ser amado, eu o quero,

Desejo, luto, exagero, e espero,

Sem medo, sem preconceito, sem desespero,

No atrevimento da confiança e na esperança do SER SUPREMO.