A noiva cadáver
Sibila Luna
10.10
Ela está de branco,
arrastando o véu nas folhas secas,
lápide de mármore...
Está descalça
unhas vermelhas, despenteada...
Nas mãos um buquê de orquídeas mortas...
Olhos úmidos,
boca trêmula... Ela soluça...
É madrugada, a névoa a esconde em meio a tantos túmulos...
Os olhos procuram o seu nome,
jazigo esquecido entre a grama e musgo...
ela cai de joelhos, grita por você:
“Porque não me esperou, o que fizeste com nos dois... o que eu vou fazer sem ti...”
Amanhece,
e seu corpo já não aquece,
o frasco,
o veneno dilatando as entranhas...
"Estou indo meu amado!!!"