Morte, dá um tempo!

Ando pensando muito na morte

Mas, que sorte!

Não tenho o pé na cova

Acabei de nascer

Morrer pra mim seria sorte

Pois não sofreria a saudade

De tudo que ainda vou ver

Não doeria em mim desprazer

A vida toda assim

Num segundo de te ver

Mas não vou chorar agora

Acabei de nascer

Morte, dá um tempo

A sonhora aporte mais tarde

Quando um segundo passar

Pois agora ocupei-me na vida

Assim são seus olhos

Sempre a me encharcar

Afogo a morte no tempo

Do segundo que me restar