SALVE O POETA

É hora vespertina.

No rádio toca-se

“Ave Maria”.

O bem-te-vi, à distância

Obedece a sua rotina

-é hora de se recolher.

No horizonte, o Sol

Mostra os seu raios derradeiros.

Só resta o clarão na nuvem

Do poente, em caracol.

Derrama-se em sangue pesado.

Fui menino.

Agora homem feito.

No peito o coração,

Seguindo sua batida costumeira,

Ritmo cadenciado

-ainda não pode parar.

Na mente a certeza do passado

E no cardeal a angústia do futuro.

O Sol se põe atrás do morro.

Eu morro, sei disto.

Serei iluminado pelo astro

Enquanto ao que ficou se fará escuro.

Bem que te verei

Nuvem dourada,

Ave, não a Maria,

Ao Poeta que se opôs!

L.L. Bcena, 01/11/1999

POEMA 249 – CADERNO: ROSA VERMELHA.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 15/07/2011
Código do texto: T3096832
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.