Eu passarei, calado como as flores dos jequitibás.
Como os cantos, os abraços e as manhãs,
eu passarei, é certo;
como os sonhos da moça, sua virgindade
e sua canção inocente hei de passar, ai, sei.

E, se ou quando de mim se indagar,
alguém diga sim que passei,
mas que antes de passar me enterneci
com minha mãe, a amealhar sempre
para o breve enterro de Nonô,
velho e cansado e triste irmão
que lhe restou,
e com outros raros e dignos gestos
que entrevi na crua Humanidade...


                               (escrito na juventude)

Jô do Recanto das Letras
Enviado por Jô do Recanto das Letras em 20/08/2011
Reeditado em 23/08/2011
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