Em Memória de Mim Mesmo

Espero pela justiça ainda

Talvez esteja pagando com a vida

Talvez não seja a justiça tão divina

Quem sabe o mundo é ainda uma menina?!

Tenho medo de todas as meninas

Tenho medo da força feminina

Tenho medo do “sincero” já “crescida”

Tenho desprezo pelas idéias entendidas

Desse tremor, eu queria adrenalina.

É um silêncio... a paz que dói; vem da narina

O que preenche o desespero, o nada da vida;

A dor do corpo, na falta d´alma: já vazia.

É como o mundo cheio de sua “logia”

É como um “cale-se” de bebida dividida

É como a vida, morte e vida palestina.

De novo a ida, a saída e a agonia.

Sinto-me agora como um fim de avenida

Como uma freira de uma igreja sem doutrina

Como um futuro de pretérito imperfeito

Sou como séculos de história sem conceito

Sou as lembranças que perseguem um velho bêbado

Sou o perdido por um pesquisador sem medo

Sou o que leva e que sente sem receio

Quem sabe, ainda, o que vive no meu peito?

Esquecimentos... lembranças... talvez um pouco de amor.

Sou o desejo de justiça, de estar,

De respirar, de amar e ser, de ter e dar.

Sou quem me vive, quem me volta e ficará

Te esperando, te sonhando... te amar.