A Sabedoria das Pedras
Sociedade perturbada.
Retrato urbano,
vida tentando sobreviver em meio a edifícios e asfalto, puro concreto.
mundo pálido pintado de cinza, nem preto nem branco, simplesmente indiferente, sem sentido.
é o ser humano banhado em cimento,
que ferve e queima ao meio-dia,
na loucura, no sexo por sexo,
no uso de alucinógenos e entorpecentes
e no barulho exagerado de guitarras, gritos e gemidos.
bloqueio da emoção pela perturbação.
e não mais que de repente,
estoura a cara no muro da ilusão.
meia-noite, o que queimava, agora é frio e solitário,
sombrio e vazio,
um objeto perdido,
sem memória e sem porquê.
Os manipulados pela selva de pedras
tentam uma fuga dessa realidade através de prazeres frustrados, aqueles que não satisfazem jamais
e acabam presos na ânsia te tentar uma vez mais, e mais, e mais...
é um jogo de azar... uma multidão de ilhas num deserto de sentimentos.
Insano, cruel, superficial e triste o retrato de uma boa parte da realidade humana!
é esse o tipo de poema que eu gostaria de escrever.