A folhinha seca no asfalto
Quando parei e olhei não estava mais lá.
O vento veio e levou
O que era?
Uma folhinha seca no asfalto.
Ah, dessas tem muito no outono.
Não, essa foi especial!
Que tinha ela?
Era minha vida que veio e que foi.
Era minha vida que estava e que não foi.
Era meu tudo que desnudado, deixou de aparecer,
porque não passava de um nada
Era minha vida que chegou
e logo quis ir
Mas eu não deixei, puxei-a pelo braço.
Ela retrucou
Larga-me mancebo.
Não tenho nada contigo...
Eu disse
Seu nada é tudo
Quando eu digo vida, quero dizer viver.
Viver,
viver e nada mais.