O ROSTO DE DEUS

Por becos escuros,

Vielas tortas,

Saltando por sobre a miséria humana,

Que geme, soluça, chora

E não mais sonha...

Eu arrasto a minha fragilidade!

Hediondo em minha essência,

Consumido pelo pecado,

Filho da maledicência,

Assediado pelo diabo,

Vítima de atroz crueldade...

Eu arrasto a minha fragilidade!

Envolvido pelas trevas,

Tropeçando no escuro,

Chorando, cheio de medo,

Batendo a cara no muro,

Distante do enigma da verdade...

Eu arrasto a minha fragilidade!

Sangra o meu peito, a minh'alma...

De sangue é a minha estrada!

Descrente, sigo por um caminho

Que me fere com seus espinhos.

Sinto que a vida me escapa...

Como escapam-me os sonhos meus!

E eu arrasto a minha fragilidade...

À procura do rosto de Deus!

Alexandre Brito - 08/10/2012

Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 08/10/2012
Código do texto: T3921849
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