A dor que me convida a crescer
 

Dor que me convida a conhecê-la
A escutá-la em seu chamado intermitente
A pressentí-la em seu intenso sentido de urgência
A contemplá-la implodindo-me por dentro
 
No espaço em que habito
Revelo-me fugidio ao teu hálito
Resistente aos teus sinais
Desconheço teus símbolos mensageiros
 
São dois teus eus  que conheço dentro de mim
O que dói e sangra e do qual me escondo
E o que brilha e mascara o outro
Sigo brilhando e mascarado
 
Entre disfarces e sorrisos
A vida segue um curso adormecido
Sempre doendo, sempre fugindo
Sempre doendo, sempre me abrindo
 
Dor fique parada um pouco
Para que eu possa abraçar-te
Mesmo sem ter coragem
Quero banhar-me nos teus ensinos
 
Venha dor profunda
Quero senti-la até não poder mais
Até me cansar
Até sentir que já posso liberta-te de meu peito
 
Mil lágrimas quero derramar por ti, minha dor!
E grafar-te como ícone da transformação necessária
Porque, por hora, por mim mesmo não alcanço tua luz
Que quero em mim por tudo!

Aquilo que verdadeiramente sou!

Aquilo que me faz crescer!