TROCADILHOS

Que o desabrochar do meu dia

Broche meus vis desalentos;

Que o famigerado labéu

Gere faminto lá no "beleléu";

Que completamente em frangalhos

A minha falta de franqueza

Caia de altos galhos;

Que os esplendores do amor

Cessem as dores esplêndidas;

Que a alvorada e a bela aurora

Sejam o alvo do limo do meu ser,

Onde eu sinta a aura no rosto

E o brilho de uma auréola

no imo da minh'alma;

Que o desejoso porvir

venha pôr à mesa farta:

A fartura do amor,

As fraturas do ódio

E as ataduras do perdão;

Que a balança da moral e da mansidão

Lance balas de honestidade,

Serenidade e perdão

No meu coração;

Aos torturadores

Às dores mais tortuosas;

Que a mão compassiva da caridade

Sirva de compasso e seja o cariz

Da nossa caminhada aqui na Terra;

E que essa caminhada

venha em ninhadas

de caminhos virtuosos;

E que a promissora fidelidade

Seja a opressora da promiscuidade;

Bendito seja o cristo recato

Que, com amor, atura

A dor e o pecado

De toda criatura.