Olhe, meu amigo
A agonia e o desespero já o consumiam
Seus pensamentos o comiam vivo
Quanto mais ele fugia, mais o perseguiam
Estava encurralado e sem nenhum objetivo
Será que era por ver o que os outros não viam?
Ou seria por sentir o que ninguém sentia?
Ele não sabia. Mas de doer, doía
Céu nublado constantemente
Um viver sem dente
Eu lhe disse, amigo
Limpe suas lentes
Que o mundo que nos dá abrigo
É bem mais sorridente
As cores embaçadas podem assustar
Mas bem focadas são de encantar
Olhe, meu amigo, tudo com outro olhar
Não deixe esta agonia te cegar
Deus pode ser invisível
Mas sempre está lá