EU, NO SINGULAR...




Que importa a insensatez dos homens,
A incompreensão da humanidade,
Se desses, sou uma simples partícula?
Pois sou apenas eu, no singular...
Que importa a solidão de agora,
Se por toda esta existência
Eu me senti assim?
Por isso, não devo queixar-me,
Se do ontem desta vida, só me restaram
Dúvidas e incertezas,
Na tentativa de uma construção sólida,
De um amanhã tão radioso, quanto esta tarde,
Úmida e ensolarada, porque o sol,
Teima em aparecer por entre nuvens
Que vez por outra deixa o céu pesado.
Como temer a solidão se ela é constância
Permanente e abnegada, além de confidente,
E a cada passo que me impulsiona no cultivo
Da esperança de um amanhã
Sem tantos dissabores?
Porque não sonhar com a liberdade,
Respirar com todas as forças de que ainda sou capaz?
É... Especialmente sonhar com a possibilidade
De ainda alcançar os céus
Com as minhas próprias mãos.