Caboclo da Mata.
Caboclo da Mata
Anna Maria David Rossetti
O caboclo da mata
Na cidade veio morar.
A surpresa foi tão grande
Que não quis acreditar.
Belos arbustos e arvoredos.
Acostumado a olhar.
Em construções e prédios
gigantescos.
É o que pode observar.
A beleza das borboletas
E dos pássaros a voar
Em multidões de gente
Que andam sem parar.
A lua já não é bela.
Estrelas até pode contar.
Quando consegue avistar.
A poluição não deixa deslumbrar.
O ar sufocante apagou o brilho
do seu olhar.
O caboclo sente vontade de chorar.
Suas lágrimas acabaram por secar.
Que pena!
Ele queria para sua mata voltar.
Agora é tarde!
Não consegue mais andar.
Adeus!... Adeus!....
Adeus caboclo da mata.
Adeus!...
Desta cidade que escolheu
para morar.
Anna Maria David Rossetti.