Bênçãos Celestiais

Temperatura alta, calor intenso...

Pelos poros de minha pele brotava suor

E, num desespero maluco, escancarei a porta

Da sala e ganhei o jardim, solitário...

Abri a torneira e, mesmo vestido,

Tomei da mangueira e permiti a água inundar-me o corpo...

Alívio! Totalmente encharcado, sentei-me

Num banco de mármore. Olhei para o alto

E vi que a noite brilhava sob os raios

De uma lua cheia cercada por nuvens brancas...

O firmamento trouxe-me a antítese do momento...

Enquanto eu ali estava a saborear profunda paz,

O mundo à minha volta ardia em fome, miséria,

Guerras... Na ambição sem limites do homem

O universo plainava sobre maquiavélicas ondas de terror...

Suaves lágrimas deixavam minha face tensa...

Foi neste instante que percebi algo diferente no céu.

Como por encanto o calor cessou e comecei a ter arrepios,

Pois, vislumbrei que as nuvens se tornavam esferoides

E, dentro delas, desvendei anjos que tocavam sinfonias...

A melodia celestial arrebatou-me de embriaguez a alma

E pude entender o significado excelso daquela visão:

Era uma reposta aos meus indeléveis pensamentos...

Mais e mais nuvens surgiam e, apesar de ser noite,

O firmamento tornara-se azul... Nunca o vira tão azul!

Harpas celestiais cantavam a justiça do reino no além

E a mensagem era clara: a concórdia é dos homens também!

Por mais desnuda que seja a injustiça humana,

Dia haverá que serão banidas para sempre as coisas profanas...

Subitamente observei-me enxuto e meu olhar estava seco de amor!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 07/01/2014
Código do texto: T4640317
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