Naquele dia

Naquele dia,

livre das amarras da incompreensão,

voltei-me para o meu lado espiritual.

Mas nem tanto

que não pudesse antever

a minha encenação naquele palco.

Eu, artista barato,

eu, ator de comédia pastelão,

vivia de papel em papel,

pronto a dar o meu sangue

em cada um deles.

Mas não naquele dia.

Naquele dia eu era o próprio teatro.

Naquele dia as minhas forças

estavam além do fechar-se das cortinas.

Eu era o ator principal da peça.

Meditando, meditador,

de uma espiritualidade

que me devolvesse

a interpretação de protagonista

do resto da minha vida.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 10/04/2014
Código do texto: T4763829
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