EXPECTATIVA

Estamos no ocaso deste ano

e já se avizinha

no horizonte

o arrebol do ano novo.

Planos...

sonhos...

angústias...

esperas...

votos...

Que cada um de nós

construa o seu próprio ano

da dualidade universal.

Dia/noite,

sol/chuva,

inverno/verão,

tristeza/alegria,

saúde/doença,

fé/descrença,

vida/morte...

Que cada um de nós

seja forte o bastante

para ser fraco e chorar

nos momentos precisos;

seja forte o bastante

para pedir ajuda quando necessitar

e seja forte o bastante

para quando errar

ou magoar alguém

pedir desculpa ou perdão.

Que nossa fraqueza seja

apenas querer estar

sob as assas da verdade,

fortaleza que encerra em si

a justiça, a caridade,

a solidariedade e o amor

para que enfim

possamos ser

seres humanos em plenitude...

(Belém, 12 de dezembro de 1972)