Espero

Olho no horizonte e esperança

cala meu coração, chia inocência

insolente e desobediente

me tira a paz, é indecente!

Já foram quebrados os espelhos

passaram por debaixo da escada

cruzaram muitos os gatos pretos

mas ainda espero ali, na sacada.

E enquanto ouço as músicas na rádio

um reflexo do que já foi

reaparece incógnito, como ser vadio

evapora-se, voando para além

Como um jardim bem cuidado

Esconde em seu jardineiro

seus detalhes, heras, herdado

fantasma de amor faceiro.