TALVEZ
Talvez a vida seja curta mesmo
Como que buscássemos mais
E não conseguíssemos obter
O que realmente queremos
Buscando de um tudo a esmo
Triste descoberta de não obter
O que é no nosso maior intento
O nosso querer não é o mesmo
Então não se apaga o sofrimento
Então sacrificamos nosso querer
Não há completude do que vemos
Mais um dia se foi, dia tão comum
Para quem então não nasceu em si
E não nasceu do vimos ou lemos
Mas ha uma saída quando olhamos
Para a semente que em nós dormita
Algo acima do que então esperamos
La fora não domina o que há aqui
A força do nosso íntimo nos incita
A conhecer o que ainda não vemos
Que na verde é o que nos limita
Ver mais o dia que amanheceu
Sobe a doce face da nova manhã
Ensolarada ou sentidamente nublada
É a arte de um novo e belíssimo Eu