Essa tal liberdade

Foi-se o deslumbramento

vestido na alvura

dos meus selectos sonhos

quando partiste aliciando-me

com saudades suturadas em

nossas fatais aventuras

Foi-se minha fuga inundando

de luz o cárcere onde depositámos

primitivos versos de amor

inconformados,quietos

meditando em cada gesto

flagelado, usurpador

urdido na frescura dum beijo que de ti

todo em quero e me infesto

– Desconheço por enquanto

essa tal liberdade

inútil, exausta

descortinada num frágil véu

de esperança que soergo

cada manhã

– Proponho entre nós

um pacto escrito

em memórias incessantes

cruzando nossos céus

vasculhando as datas migratórias

onde por fim adormecemos

estóicos

todos os vestígios serviçais

alimentados na plenitude epidemica

dos amores fecundos…essenciais

– Podia se quisesse

com meus olhos

olhar-te toda

conjugar-te em versos

extravasando palavras prodigiosas

procriando

essa tal liberdade

onde me desvendo chamejante

ante tuas ígneas emoções

ciclópicas

desconcertantes, adormecendo em mim

em rubras noites de cetim

FC

Frederico de Castro
Enviado por Frederico de Castro em 21/05/2015
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