anoiteço e em cada estrela recomeço
apago aquelas noites
inteiriças graníticas insones
com elaborados devaneios enluarados.
varro pedaços das madrugadas
metodicamente catalogadas
pra serem remendos,
e abandono-me
pra serenar
caminhos sem
atalhos de uma saudade
que só me açoita.
se dela sombra restar
esmiudo pra entregar aos pássaros.
miro destinos outros
que não me deixem
peregrina nas palavras
coletando pedaços de mim.
cedo-me com outro sol
pra entardecer com outra página
que não protela se despir
pra estampar-se de estrelas.
pra elas partirei
sem chorar fragmentos
noite afora, em cada uma
renascerei