Pés cansados

O caminho é longo

A estrada é tortuosa

Vamos nessa jornada

Com pés descalços

E coração cansado

Não há conforto

Não há parada

O ritmo é constante

Um rio de almas

Rumo ao infinito

Os calos formados pelo tempo

São a única proteção

Eu quero desviar

Sou atraído pelo cheiro

Das memórias

Que ramificam em nostálgicos jardins

Jardins suspensos na memória

Onde quero repousar meus pés cansados

Onde meus calos serão sarados

Pela grama macia

desses imensos campos oníricos

Lá encontro antigos amigos

Mas não vejo as velhas brigas

Lá ganho conselho do meu ex-chefe

Mas não ouço suas pechas

Lá vejo minha antiga amada

Mas não sinto a dor da decepção amorosa

Pois é,

O tempo é um rio

Que limpa as más lembranças

Porém mantém o frescor da nostalgia

Ele é um bom lugar

Para lavar os pés cansados

E continuar na jornada infinita

Rumo ao desconhecido e ao conhecimento

Filipe Magalhães
Enviado por Filipe Magalhães em 18/10/2015
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