Pés cansados
O caminho é longo
A estrada é tortuosa
Vamos nessa jornada
Com pés descalços
E coração cansado
Não há conforto
Não há parada
O ritmo é constante
Um rio de almas
Rumo ao infinito
Os calos formados pelo tempo
São a única proteção
Eu quero desviar
Sou atraído pelo cheiro
Das memórias
Que ramificam em nostálgicos jardins
Jardins suspensos na memória
Onde quero repousar meus pés cansados
Onde meus calos serão sarados
Pela grama macia
desses imensos campos oníricos
Lá encontro antigos amigos
Mas não vejo as velhas brigas
Lá ganho conselho do meu ex-chefe
Mas não ouço suas pechas
Lá vejo minha antiga amada
Mas não sinto a dor da decepção amorosa
Pois é,
O tempo é um rio
Que limpa as más lembranças
Porém mantém o frescor da nostalgia
Ele é um bom lugar
Para lavar os pés cansados
E continuar na jornada infinita
Rumo ao desconhecido e ao conhecimento