Sintonia

Sou garçom que a ironia
Lhe enseja o vetor do vício
Restos que ficam nas taças
Tragos dos seus artifícios
 
De indiferente cliente
Que, quem sabe, acederia
A um brinde indulgente
Com sorte uma parceria
 
Sou anônimo vivente
Pelos dias despejado
Notívago penitente
Num plano inapropriado
 
Sou abelha desgarrada
No jardim de certa flor
Sem o pólen da florada
Que ela talvez precisou
 
Porém lhe desejo o néctar
Voando sem direção
Desconhecendo a hora certa
Sonhando com a permissão