SOMNIUM/SONHO

O asfalto amanheceu ensanguentado

Mas era de pétalas rubras, violáceas e carmins

Sopradas de alguns longínquos jardins

Que perfumavam suavemente o ar impoluível do sonho...

O olor unia-se com a, igualmente suave, fragrância de terra molhada

Vinda da rua ao lado, ainda esburacada, bocejados pelo vento

Escancarando sorrisos, despertando fantasias e embalando sonos

Quando a chuva mansinha encharcava a terra e umedecia o pavimento.

Não havia cápsulas deflagradas, paredes perfuradas, bala perdida...

Não havia o fim de alguma vida...

Os flashes repentinos cortando o céu a todo instante na noite anterior

E os traçantes que riscavam o horizonte, não traziam temor

Eram fogos de artifícios iluminando e colorindo o infinito

E seus estrondos que soavam como uma canção

Eternizavam o inédito momento.

Inúmeros sonhos ao alcance dos olhos na imensidão do firmamento.

Inexistiam distâncias, diferenças, conflitos, medo...

Nada de montanhas e nem arranha-céu

Só uma plana paisagem ímpar e bilhões de mãos dadas

No impenetrável silêncio de uma oração.

O reflexo de um olhar e o calor de um sorriso

Aquece o mais gélido coração,

Concretiza-se o arrependimento e o perdão em um suave juízo.

Um só criador, uma só raça, um só povo, uma só língua...

De volta ao paraíso?!

Sonho...

A todos os Queridíssimos Poetas e Poetisas do RL, Feliz Natal, Feliz Ano Novo, Feliz Tudo... Que a Graça e a Paz do Senhor Jesus nunca se afaste de Nós. Amém!!!!!!! (2016)