Luiz no fim do túnel
Negro. Magro como um esqueleto.
Nascido de família pobre.
Quando criança, não teve berço.
Na favela seu apelido era Preto.
Homem da casa desde cedo.
Acordar cedo, problema não era.
Desde muito cedo,
aprendeu a enfrentar seus medos.
Descendência decadente.
Nenhum parente decente.
No asfalto quente vê um jovem decente. Terno e gravata!
Uma carreira brilhante! Sonhos distantes.
Verde, amarelo e vermelho; Dia, tarde e noite.
Hora de voltar à comunidade.
Dormiu, sonhou, acordou.
O sol não despontou. Chuva!
Aquele dia não seria produtivo, lamentou!
Um dia perdido! Sonhos e objetivos adiados.
Com um nó na garganta, caído e vencido, chorou.
Com o rosto molhado, adormeceu.
O céu não consentiu. Uma luz brilhou. A chuva cessou! Uma flor brotou!
O dia, esse apenas começou.
Anda, Luiz, levanta!