AUGUSTO DOS ANJOS VOLTOU*...

HOMO

Ao meu tétrico olhar abominável,

O homem é fruto insólito da ânsia,

Heterogeinidades da Substância,

Argamassando um Todo miserável.

Psique dolorosa e enexpressável

Na mais remota epispase da infânica,

Desde a mais abscôndita reentrância

Da sua embriogenia destestável.

Do intravascular principio informe,

Larva repugnante e vermiforme,

Nos íntimos recôncavos da placenta.

À quietação dos túmulos inermes,

Era um feixe de mômades vermes,

Dissolvidos na terra famulenta.

* “Augusto dos Anjos, Paraibano, nasceu em 1884 e desencarnou em 1914, na cidade de Leopoldina (MG). Era professor do Colégio Pedro II. Inconfundível pela bizarria da técnica, bem como dos assuntos de sua predileção, deixou um só livro – Eu – que foi, aliás, suficiente para lhe dar personalidade original.”

Compilados do primeiro livro do médium Francisco Cândido Xavier, Parnaso de Além Túmulo, quando o sensitivo tinha tão somente 22 anos; isto nos idos anos de 1932, - 06 de julho a sua primeira edição - publicado pela Federação Espírita Brasileira; uma coletânea de 56 poetas brasileiros e portugueses. O que se constitui, pelo menos assim pensamos, numa prova inquestionável, que a “morte” não é fim, apenas saímos desta para a outra dimensão, que sutilmente se interage com esta... Pretendemos aos poucos transcrever algumas poesias, destes poetas que já “foram”, mas que “voltaram”; conservando os seus estilos, que os notabilizaram em vida, através da sensibilidade, de Chico Xavier, que nos deixou há 14 anos...

Curitiba, 15 de agosto de 2016 – Reflexões do Cotidiano – Saul http://mensagensdiversificadas.zip.net

Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 15/08/2016
Reeditado em 15/08/2016
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