CIGARRA

CIGARRA

Quando não restarem mais lembranças

Terei absorvido o éter, as cinzas, a dor.

Estarei distante, cometa errante, nau perdida.

Não estará em meu peito resquícios de teu amor.

Tua voz ainda ronda meus ouvidos.

Em meus pesadelos sou aquela apaixonada

E tu eras meu mundo.

Até que desaba a casa e sou enterrada com

Os destroços.

Mas sou como a cigarra,

Ressuscito debaixo da terra,

E após um ano,

Volto, com os olhos brilhando,

Para viver cantando!

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 25/07/2007
Código do texto: T579417