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Como pude ser tão inescrupuloso
Deixar-me ser guiado por ideias fantasiosas
Como consertar meu ser que foi inibido por mensagens ilusórias?
Eu era tão bom, simpático e gentil
Tornei-me rude, prepotente e vil
Sofri com amargores que eu mesmo me presenteei
E colho os frutos da minha arvore que não reguei
Que morrestes de sede por desatenção
E minha cabeça que no momento se estressa com a pressão
Uma pressão inexiste que tomo para mim como uma necessidade
Uma necessidade de sentir algo maior
De preencher-me com dor ou notas em dó
Perdi-me pelo caminho da minha vida
Deixando feridos pelas minhas palavras de covardia
Quem sou eu agora?
Quem fui eu antes?
Será que conseguirei recuperar a confiança de quem amo
Recuperar o amor de quem quero
E voltar a esperança de acordar sorrindo para o sol?
Sem pensar em como seria a vida sem minha alma ao redor
Nos prazeres falsos e momentâneos quase me perdi novamente
Achei que com isso me livraria da vida
Não sei o que penso
O que faço
O que devo dizer
Ler ou ver
E minhas costas doem
Minha mente não dorme
Meu corpo se cansou de mim
E estou cada vez me carregando até a ponte
Mas devo tomar-me um tempo para refletir
Em como posso agir
O que devo fazer
O que devo dizer
Ler ou ver
E deixar o tempo vir
Ir
E não discutir
Preciso ser mais paciente convosco
Ser mais compreensivo com todos
Ser melhor
Mas melhor em que?
Melhor em viver
Aprender com os erros e não me sucumbir a eles
Não me depreciar ou me diminuir
Apenas para ver meu ego inchar novamente ao píer
Preciso me tornar um homem
Mais maduro e adulto
Alguém de quem ela vai se orgulhar
Em vez de um garotinho frágil que se atenta nos detalhes idiotas
Que não servem para nada
O passado passou
Os erros já foram cometidos
O arrependimento é o amargor que devo jogar fora de mim
E tentar simplesmente
Pensar mais em como devo agir
Nas consequências que com meus atos podem vir
E deixar o garotinho morrer ali
Para algo mais florescer
Como uma semente