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Como pude ser tão inescrupuloso

Deixar-me ser guiado por ideias fantasiosas

Como consertar meu ser que foi inibido por mensagens ilusórias?

Eu era tão bom, simpático e gentil

Tornei-me rude, prepotente e vil

Sofri com amargores que eu mesmo me presenteei

E colho os frutos da minha arvore que não reguei

Que morrestes de sede por desatenção

E minha cabeça que no momento se estressa com a pressão

Uma pressão inexiste que tomo para mim como uma necessidade

Uma necessidade de sentir algo maior

De preencher-me com dor ou notas em dó

Perdi-me pelo caminho da minha vida

Deixando feridos pelas minhas palavras de covardia

Quem sou eu agora?

Quem fui eu antes?

Será que conseguirei recuperar a confiança de quem amo

Recuperar o amor de quem quero

E voltar a esperança de acordar sorrindo para o sol?

Sem pensar em como seria a vida sem minha alma ao redor

Nos prazeres falsos e momentâneos quase me perdi novamente

Achei que com isso me livraria da vida

Não sei o que penso

O que faço

O que devo dizer

Ler ou ver

E minhas costas doem

Minha mente não dorme

Meu corpo se cansou de mim

E estou cada vez me carregando até a ponte

Mas devo tomar-me um tempo para refletir

Em como posso agir

O que devo fazer

O que devo dizer

Ler ou ver

E deixar o tempo vir

Ir

E não discutir

Preciso ser mais paciente convosco

Ser mais compreensivo com todos

Ser melhor

Mas melhor em que?

Melhor em viver

Aprender com os erros e não me sucumbir a eles

Não me depreciar ou me diminuir

Apenas para ver meu ego inchar novamente ao píer

Preciso me tornar um homem

Mais maduro e adulto

Alguém de quem ela vai se orgulhar

Em vez de um garotinho frágil que se atenta nos detalhes idiotas

Que não servem para nada

O passado passou

Os erros já foram cometidos

O arrependimento é o amargor que devo jogar fora de mim

E tentar simplesmente

Pensar mais em como devo agir

Nas consequências que com meus atos podem vir

E deixar o garotinho morrer ali

Para algo mais florescer

Como uma semente

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 17/10/2016
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5794409
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