De horizontes carregados

As cinzas

Que o fogo queima a flor vermelha

E a vida arda nesta transformação

Metamorfose das labaredas

Transformando-se em fumaça

E o casulo de cinzas deixado ao chão

Extinguindo-se a chama da batalha

Depois de tanto lutar não ter medalha

Ter no peito a dor que não passa

E a saudade da flor que tivera, exilado ser

Tua primavera agora são cinzas na vida.

Mas a vida esta não é luta renhida?

Quando é amor que no peito habita

Por este amor o homem tudo suporta?

Veja o que nasceu daquelas chamas mortas

Se não são estas cinzas belíssimas

Que sempre nos levam a pensar na vida

Somos nos a fênix renascida

Reescrevendo a nossa historia

Que importa a flor que é morta?

Há primaveras a colher lá fora.