Aonde estão meus pais e irmãos?

Estirada em palhas secas, se ouvia

ao longe uma baita desordem.

Dizia-se que estava prestes a chegar

uma grande tempestade.

Gente correndo de um lado para outro.

Pareciam baratas tontas sem saber

para onde ir.

Há de vir um Deus que abençoará nossas terras!

Terras famintas e de olhar triste.

Terras destinadas ao pó e sem nenhuma serventia.

- Cadê esta tempestade que nunca chega?

Nasci do ventre da minha mãe, mas não sei

ao certo se fui parida numa cidade ou tribo. Só sei

que desde pequena fui forçada a crescer rapidamente.

- Mas aonde estão meus pais e irmãos?

- Servi a tanta gente e hoje quem me serve são

as latas de lixo ou caçambas.

Há de vir o meu Deus pra me arribar deste arado

sem pátria. Há de vir o meu Deus pra ensinar

este governo desalmado a amar cada ser nesta

face da terra.

Nasci do ventre da minha mãe, mas, não

sei ao certo se foi com amor.

Perco-me nestas ruas, mas não desperdiço jamais

o amor visível que Deus tem por mim, quando me

olha com os seus olhos....

Luciana Bianchini
Enviado por Luciana Bianchini em 10/01/2017
Código do texto: T5877874
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