Meu profundo universo

Meu universo é largo.

Meu pensamento tem

o comprimento do fundo

de um rio. Se é que há um fundo...

A poesia foge das linhas

a encontrar sem demora,

um bem querer que me queira.

Afundo-me nestes versos petrificados.

Só meu ou daquele que me vê.

Tudo aqui é oco.

Só há o eco da voz.

Não tem leste e nem oeste

que assegure.

Posto na minha insanidade

um amor que proverá.

Afugentei tantos males...

Que o poeta possa descolorir

o azul das pedras.

Dar água aos peixes mortos.

Dar amor aos que

aqui se foram e não me

olharam mais.

Que o poeta possa colorir

os pássaros escuros que

rondam o céu ainda cinzento.

Que um bem querer me queira bem,

por que aqui, o meu céu, pra mim

é azul, mesmo sem poeta.

Luciana Bianchini

Luciana Bianchini
Enviado por Luciana Bianchini em 09/02/2017
Código do texto: T5907486
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