Pedaços de tempo
Pedaços de tempo escoam pelas minhas mãos
em devaneios,
esbatendo desejos, vontades e anseios
de me apagar nos espaços,
derramada em fragmentos
semeando estilhaços.
Para que um dia possa ser inteira outra vez
e banhar-me de chama
que aquece e inflama
no mundo novo que se advinha afortunado,
sem infâmia nem pecado.
Um jorro de alento das cinzas há-de renascer
depois de a ira entorpecer
e semear risos claros e vozes cantantes,
que mudará tudo o que era antes
numa outra forma de viver.
Isabel Fagundes
04/08/07