O ENIGMA

O ENIGMA

Neuza Maria Spínola

O céu e o inferno, o homem e a mulher...

Uma força que consiste em descobrir a outra;

Que não me vê como sou, mas como alguém,

Ao mesmo tempo, semelhante e diferente

Um aprisiona o mistério do outro pelo olhar;

Paralisa, e não consegue se desligar;

É procura, é encontro, é descobrir-se aceito,

Querido, perdoado, permitido, amado.

Naquele instante em que o olhar devassa,

Há algo profundo que por dentro estremece,

Algo de demônio, de anjo ou de criança,

Num desejo, numa ilusão, numa esperança.

Por quê, esta angústia embrulhada no amor?

Por quê, este mal estar grudado no bom?

Seria a certeza de no amor nos sentirmos protegidos,

Ao mesmo tempo fracos, dependentes, desvalidos?

Seria como perceber-se pego em flagrante,

Quando se roubava do próprio ser querido,

Algum tesouro, na alma, escondido,

E sem as próprias defesas, fazer-se marginal?

O amor é como um rio que reflui e que caminha,

É um começo pelo fim, é viver os refluxos,

É descobrir os remansos, e as margens,

É descobrir que é no coração que se encontram todos os caminhos.

Este poema foi escrito, baseado em um livro que li no ano de 1998. Chamava-se Os Homens são de Marte, as Mulheres são de Vênus.

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