Teatro da vida
Passos lentos na estrada
Solidão acompanhada
Interminável jornada
Vou em busca do desconhecido
Procuro algo nunca vivido
Um mundo menos sofrido
O vazio que hoje se faz
Torna a vida uma coisa tão fugaz
Uma peça não mais em cartaz
Nesse teatro que enceno
Vivo o abismo pleno
Como a noite banhada pelo sereno
Procuro aquilo que não conheço
Sei que talvez terá um preço
Mas visto-me com um adereço
Num eterno carnaval
Onde o bem vence o mal
As luzes se acendem no final
A platéia assiste emocionada
E os pássaros em revoada
Anunciam sua chegada
O espetáculo não chegou ao fim
Exala seu perfume o jasmim
O céu banha-se de marfim
Não, a procura não terminou.
Mais uma lágrima rolou
Mais um ato cessou...