Carta Sem Destino

Tempo, que consigo tudo leva

que arrasta o que quer ficar

como um rio de águas violentas

que tudo leva ao mar

vem e leva ao infinito

tudo o que me faz sofrer,

leva como levou a felicidade

e nunca mais a trouxe novamente

Vento, que sopra aos meus ouvidos,

queres dizer alguma coisa?

Conta-me então, explica-me então.

Sopra com palavras doces que a felicidade te ensinou

conta-me onde mora a alegria

e por onde anda o amor

Terra, que guarda seus segredos no subterrâneo

me ensina a esconder a tristeza

e diz onde escondestes o que procuro.

Conta-me! Eu preciso saber!

Oh, céu! Residência das estrelas, do Sol e da Lua,

és residência de mais alguém?

Envia-me uma luz, e mostra-me o caminho,

já não sei onde quero chegar.

Não me resta nada, a não ser ilusão.

A esperança mergulhou nas profundezas do oceano e nunca mais voltou.

Está morta a esperança?

NÃO !

Está a procura da felicidade e regressará quando a encontrar!