Terra apagada

Não te conheço mais,

Oculta em máscaras,

Ausências e desencontros

Nos horrores mortais

Da tristeza velada.

És uma réstia apagada,

Naquilo em que teimaste

E não quiseste, alucinada...

Já não suportas mais a tua dor,

Presa a ti sem a luz e o amor.

Queres libertar-te das tuas amarras

Para seres livre como um pássaro.

Poderes vagar pela imensidão do nada

E gritares o canto de uma terra consternada.

Sigo o teu pranto e conheço-te das madrugadas.

Sei que guardas no peito a prisão e a liberdade.

Sacudo-te entre as minhas mãos sem te magoar.

Sou da tua imensidão o mais fiel e dedicado guardião.

Lanço-me no teu perdão como nas profundezas do mar.

Aguardo-te sereno e renovado para passearmos de mão dada.

Não suporto mais a tua longa e permanente ausência.

Vem aliviar-me das máscaras, do álcool e das lacunas da guerra.

Permite, ao menos, que construa contigo uma nova Terra...

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 12/05/2020
Reeditado em 12/05/2020
Código do texto: T6945222
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