Escrever é amar e amar é reviver (lamentação) - I

Escrever, escrever... é maior do que amar,

é amando que se escreve as cousas desta vida

e que escrevendo, ver a alma já tão sofrida

a cantar docilmente as ternuras ao mar.

Esse coração que d’antes era amarguras,

dores, tormentos e tantas mais desgraça’

nesse meu coração... é papel que se amassa

na gaveta esquecida em não verdades duras.

Amar, amar e amar... sem poemas é morte

e a poesia sem amor, são só palavras,

frases abaixo de outras. São os versos quem ‘lavras’

minh’alma com Amor, o sentimento forte...

Três turvos anos fui massacrado, e somente

andava a esperar a morte do céu sutil,

e que derramaria a solução a mil

para com todos os meus pecados freqüentes.

Infelizmente o Céu piedoso e atento,

enfim, presenteou-me em sua aurora,

invadindo-me com delicadeza, a Hora

que pensei em desistir num descontentamento.

As desgraças já não me perseguem como antes,

tudo nessa vida é mutatório, a Paz

não é mais a frase de alta ajuda (o que é fugaz),

mas torna-se a canção destes jovens amantes.

Pelo amor da Melzinha em nossa Paixão

eu ressuscitei dentre os mortos pela Dor.

Morto com o Punhal rubro de Hiaygni, por

causa de um só pecado, amar quem ama o Chão.

Hoje vivo um poema, a canção. Sou Feliz!

Cabelos longos curvam-se aos seios morenos,

mais abaixo encontro-os, os pelos pubianos

da verdade escondida, às margens infantis...

Foi quando esqueci que a vida não para, não!

A realidade é ainda fria e temerosa,

pelas Palavras e pelo Amor, majestosa

é fervente a esperança, as palavras... Clarão!

(...)