Há vida nas gotas de chuva
Oh, Belos traços na vidraça embaçada
Que alimentam meu desejo adormecido
Agora traçam a trilha do desconhecido
E chegam de leve à sacada
Por detrás dessas cortinas
Vejo mais que o escuro, vejo mais que o frio
Vejo minha alma serena transbordar num rio
E afogar em alegrias serpentinas
Meus olhos cantam com a voz de uma criança
E meus lábios tremem com o ardor da esperança
Me vejo absorto na vastidão de um sonho
Sonho que espanta o meu vazio medonho
Abro então a porta e me entrego ao encanto
Olho para o alto, e vislumbro tão belo pranto
Que faz viver uma paixão febril
Dentro de mim, e até do ser mais vil
E todos em coro, a natureza e o homem
Gritam o nome desta gentil visitante
Chuva, oh chuva, de teu amor tão vibrante
Nasceram sorrisos que nunca somem