ESSÊNCIA
Que ainda seja eu
Quando o sol se pôr
Ocultar-se enfim na vasta escuridão
Que ainda seja eu
Quando não mais for
Desmaterializar-se enfim na imensidão
Que ainda seja eu
Quando o vento cortejar a montanha
Que ainda haja tempo, sol e mar
Que as borboletas ainda dancem nas entranhas
Que ainda haja vaga-lumes no olhar
Que ainda seja eu
Quando a noite sucumbir a verdade
Quando o fantástico suprimir a realidade
Quando o efêmero enfermar a eternidade
Quando tudo for fim e adeus
Que ainda seja eu.