ESSÊNCIA

Que ainda seja eu

Quando o sol se pôr

Ocultar-se enfim na vasta escuridão

Que ainda seja eu

Quando não mais for

Desmaterializar-se enfim na imensidão

 

Que ainda seja eu

Quando o vento cortejar a montanha

Que ainda haja tempo, sol e mar

Que as borboletas ainda dancem nas entranhas

Que ainda haja vaga-lumes no olhar

 

Que ainda seja eu

Quando a noite sucumbir a verdade

Quando o fantástico suprimir a realidade

Quando o efêmero enfermar a eternidade

Quando tudo for fim e adeus

Que ainda seja eu.

Susana Torres
Enviado por Susana Torres em 10/06/2022
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