ESCREVO E ESCREVO
Escrevo e escrevo,
tarde, cedo,
ora com medo
que descubram meu segredo,
ora nada me faz tremer.
Sou só, à distância,
uma vaga que não avança
com medo de se perder.
E escrevo... escrevo...
não sinto, não percebo
se vou me desintegrando,
me alçando,
ou me humilhando.
Me foge o comando
do ser.
Escrevo o que me gera a alma,
e acalma
a minha percepção
dessa luz ainda difusa,
que da porta da minha musa
me passa uma fresta de inspiração.