Fraternidade
Eram muitas as pessoas ao meu redor, mas havia um homem que chamou a minha atenção. Os Seus olhos arregalados, o rosto reluzente, o suor latejava mas a mente não sofria,
O seus olhos sorriam para todos dementemente.
Parecia um ardor meio á juras eternas sem lástima e com muito amor.
Logo ele começou a cantar, cantar e cantar, parecia que o paraíso ouvia o seu canto.
Depois cansado espojou na calçada e como se também neste mesmo lugar houvessem anjos, impossível não senti-los.
Não parecia solitario no meio daquela multidão perdida.
Mesmo com todo aquele suor á escorrer pelo seu rosto pude assisti-lo contemplando os raios do sol daquela linda manha.
Eu continuei parado, mudo diante de tantas ofensas que se dirigiam a ele.
Vi o rio fúnebre das pessoas seguindo o seu curso para desaguar no mar penoso da multidão .
Senti que as horas estavam perdidas e aquele povo junto com o tempo não encontrava a direção.
Este mesmo rosto polido, suado, cansado, vívido, ali parado no meio da multidão me levando a crer na existência de um homem chamado Jesus e que de corpo e alma uniu a todos.
Nas alturas militantes do Pai os meus caminhos agora estavam me pregando na cruz,
E com a vida daquele estranho homem esfolheando o meu rosto, senti as mãos dos pecadores.
Tropecei no caminho dos outros e
Cai. Levantei nos braços fraternos do calvário destas mesmas pessoas que se iludiam.
Neste momento eu presenciei toda a terra e fui ar, fogo, luz e junto daquela figura que reluz, me
Entreguei a todas as possibilidades do mundo,
Percebi Aquele homem acolhendo a todos com desesperança e banindo todo o flagelo e semeando a paz.
Passou horas onisciente no meu coração,
Tentei por vezes esquecer estas chagas que se consumaram amor.
Mas nao desisti de continuar observando estes semblantes incrédulos,
Almejo aumentar a coleção dos anjos que pude sentir...
Quisera eu que aquele homem no meio da multidão perdida fosse Jesus.