AOS POETAS DO SERTÃO

AOS POETAS DO SERTÃO - João Nunes Ventura-05/2024

Canta o galo no terreiro

Canta a chegada do dia,

Que a galinha na alegria

Já logo desce do poleiro,

Lindo cachorro altaneiro

Valente deitado no chão,

Garboso vigia seu rincão

Se defender seu reinado,

Quando ele for chamado

No curral do meu sertão.

Saborosa carne de bode

É temperada na cozinha,

E misturada com farinha

Comida adorada e nobre,

E logo sertanejo sacode

Poeira grudada no gibão,

Que vai fazer sua oração

Com a sua linda morena,

Ao Santo faz sua novena

Na igreja do meu sertão.

Que no rio do seu prazer

A água doce limpa e fria,

Para repor a sua energia

Aguardar o dia anoitecer

Observa a mata estender

Bem junto sua plantação,

E com as cores do pavão

Que rodopia no canteiro,

Como é doce prazenteiro

As tardes no meu sertão.

Que passarinho cantador

Até som de uma cancela,

Logo o cavalo com a cela

Aguardando seu domador,

De que um beijo de amor

Linda amada do coração,

Vai feliz apanhar algodão

Para vender no mercado,

E trocar por um quadrado

Lá na terra o meu sertão.

Chuva rolando no roçado

A plantação de melancia,

Vaca malhada a sua cria

Já um cabrito enroscado,

Belo gatinho ao seu lado

Agitado é som do trovão,

Linda a roceira seu pilão

Do milho prepara cuscuz,

E são milagres de Jesus

Alimento pra todo sertão.

Terra é boa na vaquejada

O lar de gente nordestina,

Da coalhada da lamparina

Do beiju da carne assada,

E do milho melhor não há

Do belo luar linda canção,

Que claridade a espalhar

Do chão a raiz a dor cura,

Que melaço da raspadura

Que doçura o meu sertão.

Sertão as caboclas belas

Das flores das cacimbas,

E cinturinhas as meninas

E morro de amor por elas,

Pátria as minhas delícias

Que luar lindo meu sertão,

Do trovador a sua canção

Canta os versos de amor,

Que meu pranto até rolou

Foi lá deixei meu coração.

Pedacinho de sol quente

Esse meu recanto divino,

Que eu desde pequenino

Só brincava de contente,

Tanto e cresci sorridente

Meigo olhar na plantação,

No canto a minha canção

Que exaltei mãe natureza,

Ao ofertar dom e nobreza

Aos poetas do meu sertão,

João Nunes Ventura
Enviado por João Nunes Ventura em 20/05/2024
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