CAIS
CAIS
Sou um cais imerso em escuridão
Plantado no porto submerso em paixão
Olhando o horizonte disperso a ilusão
A espera do barco converso em vão
O peito implora controverso perdão
Mil barcos aportam, a paisagem não muda.
A alma congela, donzela desnuda,
Silente olhar pedindo ajuda.
As águas não param, eterno balanço,
Olhar no horizonte, mas não te alcanço,
A chegada que tarda, porem não me canso,
Condenado à espera, em pensamento avanço,
Coração no espaço, um pedido eu lanço.
Estática laje, porto seguro,
Pedra lavada, desejo impuro.
O barco chegando o ouvido apuro
Estás ancorada, o destino enfim...
Secretos anseios encontram seu fim
Rompeste horizontes em busca de mim
Boca sorrindo precioso marfim
Acabou a espera...Dissestes que sim...