Poesia sem destino

Cuspir as tuas lamentações inúteis nestas horas sem nexo

só vai causar mais desgosto ao teu próprio ser essêncialmente humano.

Abandona essa vontade de dormir em leitos alheios,

desobedecendo a ética da nossa sociedade caótica e perdida.

Teus medos são pontes elevadiças pras tuas perversões infundadas.

Só as aparências te prendem aos delírios sem regras

das nossas saliências noturnas.

Só a pressa de vida útil é capaz de regressar a tua perversão incontida,

instalada nos poros abertos da minha alma.