Homenagem ao Dia dos Pais III
EXTREMO
Sabe Pai,
Agora eu o entendo.
Eu o entendo meu Pai!
Quantas vezes o senhor talvez,
Procurou achar-se e não se achou.
Quantas vezes talvez, o senhor tentou
Abrir teu coração para alguém
E não encontrou ninguém!
Eu agora entendo o teu ato PAI!
Foi o extremo!
A extremidade da perplexidade de si próprio
A extremidade da volta de si, sobre si,
E se verificar um erro do começo ao fim.
Sua fraqueza foi sua força,
Sua coragem sua covardia.
É isso papai, é isso que é o pior.
A gente nem ser fraco e nem ser forte.
Ser simplesmente poeta,
E transformar em poesias o sofrimento, o desespero.
E o senhor não tinha este poder,
Esta forma de extravasar sua loucura,
E, eis o ATO!
Portanto eu o entendo papai.
Tenho amigos talvez,
Algo em mim talvez,
Tenho alguma coisa talvez,
Que seja mais forte ou mais fraca.
No entanto é algo que o senhor não tinha.
Que é do meu ato? Onde está papai?
Sou alguém que talvez,
Espera ainda alguma coisa da vida.
Alguma coisa que o senhor deixou passar.
Não quis entender, pois, talvez mesmo,
Não teve nem tempo para pensar!
Seu ato foi ágil!
Mas, eu o entendo papai.
Se eras igual a mim,
Quem será na hora voraz da tua angústia,
Na hora da completa anulação de si próprio,
Quem o abraçou meu Pai,
Quem abriu os braços para ti?
Ninguém meu Pai!...Ninguém!!!
Então no auge no apogeu de si próprio,
No reconhecimento do teu erro, do começo ao fim... Eis o ATO!