OS LAÇOS

Esses laços me dão arrepios...Tantos anos soprando a cama antes de deitar

Exorcizando a mácula dando um tiro pela culatra

Sempre existe um bode expiatório numa convivência nervosa

os descontrolados se bicam

Macacos me mordam mas não macerem a flor

Sei que para vocês o importante é dissecar

O poeta tem um pálido vislumbre

O som melodia

O erudito curioso no âmago das coisas

Ser ou não máquina

Pequena Flor assiste ao espetáculo sonhando o real

Na ignorância sem freio daqueles abanando as vidas

Pobres toscas ferindo-se uns aos outros

No âmago essencial do movimento

O violino soa com transparência só a beleza

O que não foi soado por ninguém o que será aquilo?

Feliz e agradecido

A colérica anda armada a mãe desamparada

Salgada essa essência intima desta segunda-feira irada

Onde anda a irmã que nunca teve? Perdoa a mãe madrasta?

Sabe que aquilo acostumado fazer com o outro o que fizeram com elas

As leoas ferozes detonam sua nevrálgica e derramam seu ódio escondido

Tal mãe tal filha tal tudo ali naquele espaço

Olhei de lado aquela coisa conhecida mas já adormecida

Esses laços de família que por anos suportei

Neuza Ladeira
Enviado por Neuza Ladeira em 19/11/2008
Código do texto: T1291471
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