CREPÚSCULO

CREPÚSCULO

É o entardecer chegando.

O sol extenuante acalma sua jornada.

Desce sereno, expondo suas sutilezas,

Pincela as nuvens de cores esfuziantes,

No horizonte distante, lá muito longe,

Que os contemplativos embevecidos contemplam,

Rostos serenos qual despertar de uma criança,

Ao se extasiarem com magníficos cenários.

A natureza se queda em silêncio oculto,

Todos buscam seus cantos para o justo descanso,

Das duras jornadas do dia que se encerra,

E o pai, com calos doloridos nas mãos,

Com braços fortes acode seus filhos num abraço,

Caloroso, ansiando por esses doces momentos,

Que acalentou mesmo com o sól causticante,

E para a esposa amada reservou beijos demorados.

É assim o crepúsculo anunciando justo descanso,

Dos que viveram as jornadas do dia estafante,

E depois, num despertar de afagos e ternuras,

Olham o céu estrelado onde a lua desperta paixões,

Dos que fazem do amor cintilantes reciprocidades,

Curtindo presenças, se tocando, quase entorpecidos,

Com brilho nos olhos que lágrimas às vezes derramam,

Pelos momentos, alegrias, que a paixão desperta.

Jairo Valio

17-04-2009