FAZENDA NOVA VELHA

Fazenda Velha, fazenda Nova dos meus ancestrais.

A água cristalina de seus rios, riachos, de suas cascatas.

Sobre as pedras empilhadas pelas mãos escravas

Caem na pedra do moinho que mói o milho para fazer fubá.

Caem também, na roda do engenho que mói a cana caiana.

Fazendo a garapa que vai para o cocho fermentar e

Depois ao alambique formando a branquinha,

A mais afamada cachaça, Delícia de Minas!

O capim verde escuro de suas vastas planícies

Alimenta o cavalo capucho e meu saudoso Gualiche...

Alimenta os burros de carga, o Sossego e a Madrugada.

Que carregam o milho, o arroz e o feijão para o paiol.

O gado com reses de diversas matizes mescla o verde

De seus campos, repletos de belas e frondosas árvores.

Abrigo de centenas de pássaros, sabiá, maritaca, curió,

Canário, joão-de-barro, bem-te-vi, beija-flor e rouxinol!

Fazenda Velha, Fazenda Nova, sua alvorada é bela!

O galo canta anunciando que é hora de ir para a roça

De ligar o engenho, o moinho, de molhar a horta e o jardim.

De tirar o leite, fazer a manteiga, o queijo e o requeijão.

Fazenda Velha, Fazenda Nova, seu entardecer é lindo!

Hora de ouvir o violão do Otaviano e a sanfona do Tião

Hora de abrir a ermida para rezar e agradecer a Deus

Por mais um dia produtivo de trabalho e de muita paz!

Fazenda Velha, Fazenda Nova, que saudades me traz!

Das brincadeiras, do forno de barro e do fogão de lenha,

Utilitários para o preparo de deliciosas guloseimas

Elaboradas com arte pela querida negra Benedita.

Fazenda Nova, Fazenda Velha, da Mamãe-Dindinha.

Das casos maviosos contados em detalhes por meu pai!

Fazenda Nova, Fazenda Velha és majestosa e bela!

Centenária e linda, o berço da família Leão.

Ana A. Ottoni

DF/12.08.2002

Ana Aparecida Ottoni
Enviado por Ana Aparecida Ottoni em 07/11/2006
Código do texto: T284935