18 SEMPRE CHEGA A HORA DO ADEUS.
Saudade de ti, nobre Alexandre.
Saudade de ti, grande Aloísio.
SAUDADES!
Saudade somente nos resta.
Sentimento que nos dilacera o coração e que nos mantém impotentes.
De ti Alexandre, meu sobrinho irmão,
a lembrança de tua ingenuidade.
De teu modo especial de ver o mundo.
Tu foste o exemplo da simplicidade,
da pureza,
da amizade,
da disposição.
Lembro-me de quando, nós crianças, horas juntas em brincadeiras.
Lembro-me de tua amizade aos animais.
De ti Aloísio, meu sobrinho aluno,
a lembrança de tua alegria,
de teus sonhos.
Lembrança de meus primeiros anos de profissão, quando em aperto perante a turma,
em teus tímidos olhos, por trás de teus óculos,
encontrava o apoio para continuar a lecionar.
Lembro-me de tuas últimas palavras confidenciadas a mim,
de teus sonhos e esperança de fazer o conservatório.
Vieste a dormir antes...
O fato provou que o teu conhecimento desse dom era suficiente.
Desejar que vocês ainda estivessem aqui seria egoísmo.
A vocês, não mais as dúvidas e incertezas da vida.
A vocês,
O sono tranqüilo, sem pesadelo,
Sono quieto,
Sono perfeito,
Sono justo.
Durmam,
Durmam bem,
Durmam em paz, meus queridos!
A nós as lágrimas,
Lágrimas de
SAUDADES.
ADEUS!
Leonardo Lisbôa
Barroso, 25/02/1991.
POEMA 11 - CADERNO: TRANMUTAÇÃO.